
Vou tacteando habilmente,
Saboreando esses traços
Do tempo que ficaste…
O tempo mandava o que não fiz…
Estranho medo
Que devia até hoje ter afugentado,
Como a um bando de pássaros,
E ao longe desse tempo,
Mais esse medo germinou em mim…
Queda-se em mim,
O teu sonhar constante,
Dessa partilha que num tempo tivemos.
Estranha casa,
Que habito em mim,
Nessa memória inconstante,
Insolente até,
Por há tanto te ter adormecido.
Esse medo que me abarcou
Faz afinal hoje tanto tempo,
Nunca lhe vejo o fim…
Se hoje sou mais que esse tempo,
Mais trilho,
Mais livro,
Que retalho de manta
Esse medo me acalenta…
Não tenho medo,
Nem entrega,
Nessa ou noutra memória,
Que me vem furtar a calma.
Não tenho esse medo,
Mas pouco importa.
A partilha desse tempo uno,
Que queria acordar de novo,
É proibida!
Não quero,
Nem esse tempo,
Nem esse medo.
Tempo rombo,
Inconcreto,
Mas uno,
Que não podia deixar de ser em mim,
Que não pôde deixar de ser em nós.
Essa história interrompida,
Fugaz, pela minha mão de destino,
Podia ter sido,
Podia ter vivido,
Como o tempo o comandava…
Mas na espera desse medo,
Desse bando de pássaros negros,
A pena a que me entreguei,
Foi à vida continuada.
Trouxe esse medo a partilha una,
E o doce beijo da retirada.
Trouxe de ti esse tempo,
Que já não quero,
Apenas um novo,
Apenas, condenada…
1 comentário:
Muito bem estou a gostar de ver, o blog com nova cara.... Muitos beijinhos meninas
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