sexta-feira, 5 de março de 2010

Alquimista Lírico


Profundo lamento,
Jaz sóbrio e indiscreto,
Na minha parca leveza de ser…

Estranha energia assolou-me,
Aguçou-me os sentidos,
Revivi uma alma antiga,
Sem me perceber…

Apenas um olhar,
Reconhecer-te…

Sem nunca te ter visto,
Ouvido ou sentido…

Humana forma real,
Príncipe etéreo da noite,
Que manipulas letras e a magia de sons,
Como uma predigitação antiga,
Alquimista lírico.

Delitos perfeitos,
Nessas entregas,
Que manejas de alma fingidora.

Que alma e que dor escondes pela mascara,
Que tão breve quase a li,
Ali, como a um livro aberto,
Pedindo para ser lido…

Levei comigo esse pedaço teu,
Sem o teres oferecido…
Sem o ter roubado…

Pertença antiga,
De outra era, de uma outra hora,
De um desencontro de almas,
Acreditado…

Príncipe rei,
Que mundos distanciam,
Almas par,
Repartidas na criação dos tempos…
A mesma dor, o mesmo sentir, o mesmo querer…

Reconheci-te apenas,
O tempo gelou o instante dos espíritos…
E os espíritos no olhar…

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