quinta-feira, 16 de abril de 2015

Amarras

Insistir no sonhar,
No pode ter sido,
No quero que fosse…

Querer no ilusionismo dos sentidos,
Ver a luz no escuro, cego de esperança…
O fogo poente dos corpos que ardem em carências,
Em apetites da alma,
Que pecam vorazes nas iguarias da vida,
Desalinhados, desconcertados,
À força de um só querer…

Arrasta-se atracado outro,
Na marcha da esperança,
Que cega e tatua o tempo.
Um que desconfia, outro que sente,
Um arrasta feliz, o outro deixa-se arrastar na maré desse enlaço…

Mas a maré também tem fases, medidas, tempos…
Rasgadas as amarras, voga-se a liberdade do desconhecido…
Encalhados nas areias de um porto seguro,
Não caminham…

De corações em desalinhos,
De tempos desconcertados nas vontades de querer,
Um e outro perdem-se por força das marés…
Num abraço que não tinha de ser,

As amarras nada podem sempre prender…


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